“A presença deles muda o jogo no campo de batalha,” alerta o Secretário Geral da OTAN, Mark Rutte, em relação ao recente envio de soldados norte-coreanos perto da fronteira da Ucrânia.
Em um desenvolvimento surpreendente que aumenta a complexidade do conflito em andamento na Ucrânia, aproximadamente 3.000 tropas norte-coreanas foram estacionadas na Oblast de Kursk, a apenas 50 quilômetros da linha de frente Rússia-Ucrânia, de acordo com relatos do Financial Times em 29 de outubro. Este envio inclui algumas centenas de forças especiais entre as tropas regulares, intensificando as preocupações sobre o envolvimento direto da Coreia do Norte na guerra.
O Secretário Geral da OTAN, Mark Rutte, confirmou em 28 de outubro que a Coreia do Norte enviou essas tropas para apoiar os esforços militares russos contra a Ucrânia. Embora os primeiros envios estejam concentrados na Oblast de Kursk, surgem relatos sugerindo que um subconjunto dessas forças pode já ter cruzado para o território ucraniano, complicando ainda mais a dinâmica do conflito.
Inteligência dos EUA estima que o número total de tropas norte-coreanas envolvidas seja em torno de 10.000, enquanto fontes ucranianas afirmam que o número pode chegar a 12.000. Apesar da vantagem numérica, oficiais de inteligência ucranianos expressam ceticismo sobre a eficácia de combate dessas tropas, citando barreiras significativas de comunicação entre seus homólogos russos e as unidades norte-coreanas como um grande impedimento para operações militares coesas.
Em resposta a esses desenvolvimentos, uma delegação sul-coreana está agendada para visitar a Ucrânia ainda esta semana para trocar informações sobre a presença militar da Coreia do Norte na Rússia e explorar caminhos para uma cooperação aprimorada. Este esforço diplomático destaca a necessidade urgente de colaboração internacional para enfrentar as ameaças multifacetadas impostas pelo envolvimento da Coreia do Norte.
O Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, tem pressionado ativamente a China a usar seus laços diplomáticos com Pyongyang para pressionar a Coreia do Norte a retirar suas forças das linhas de frente da Ucrânia. Conforme relatado pela CNN em 29 de outubro, um oficial dos EUA enfatizou o papel crítico que a China poderia desempenhar na mediação dessa complexa questão geopolítica.
A entrada das tropas norte-coreanas no conflito ocorre em um momento em que a prolongada campanha da Rússia na região do Donbas, no leste da Ucrânia, viu um aumento significativo de impulso. Analistas observam que as forças de Moscovo estão avançando a um ritmo não visto desde os estágios iniciais da guerra, elevando as apostas para a Ucrânia e seus aliados ocidentais.
Kris Osborn, presidente da Warrior Maven e ex-perito do Pentágono, comentou sobre a situação: “A introdução de forças norte-coreanas não apenas aumenta a pressão militar sobre a Ucrânia, mas também sinaliza uma expansão preocupante das dimensões internacionais do conflito.”
À medida que a situação se desenrola, a comunidade internacional permanece em alta alerta, monitorando de perto as implicações do apoio militar da Coreia do Norte à Rússia. A presença dessas tropas pode significar uma nova fase no conflito, potencialmente alterando o equilíbrio estratégico e exigindo uma reavaliação das estratégias de defesa e diplomáticas da Ucrânia e de seus aliados.
Fonte: Insights e análises baseadas em reportagens do The Kyiv Independent e declarações de Kris Osborn, Presidente da Warrior Maven.