A Ucrânia teria realizado seu primeiro ataque em solo russo utilizando o Army Tactical Missile System (ATACMS) fornecido pelos EUA, sinalizando uma escalada significativa em sua campanha militar contra Moscou. O ataque, que ocorreu em 25 de novembro, teve como alvo a base aérea Kursk Vostochny no oeste da Rússia, marcando um ponto de virada no uso de armamentos avançados pela Ucrânia.
Detalhes do Ataque
De acordo com o Cyber Boroshno, um grupo ucraniano de inteligência geoespacial, o ataque utilizou ogivas de cluster que detonaram em várias partes do campo de aviação, incluindo uma área de estacionamento.
- Imagens de satélite sugerem que a carga do míssil atingiu áreas dentro do campo de aviação, embora não esteja claro se algum avião de combate russo foi danificado.
- Enquanto Moscou ainda não confirmou o incidente, um blogger russo com supostos vínculos com a força aérea corroborou os relatos, descrevendo ataques de mísseis balísticos na base.
Esta operação ocorre em meio a tensões elevadas e reflete a capacidade crescente da Ucrânia de realizar ataques de precisão de longo alcance.
Sinal Verde de Washington para Ataques de Longo Alcance
O ataque segue uma decisão de 17 de novembro do presidente dos EUA, Joe Biden, de levantar restrições ao uso de armas fornecidas pelos americanos por Kyiv para ataques dentro do território russo. Essa mudança de política representa uma ruptura com a posição anterior de Washington, impulsionada por:
- Meses de pressão de aliados e líderes globais pedindo maior liberdade para a Ucrânia contra a agressão de Moscou.
- Preocupações sobre escalada, incluindo o risco de a Rússia reverter a engenharia de armamentos avançados dos EUA, que anteriormente moderou a disposição de Washington para aprovar tais ataques.
O Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, havia minimizado anteriormente o potencial dos ATACMS para destruir ativos russos, como aviões de guerra, citando a probabilidade de que Moscou os tivesse estacionado além do alcance do míssil.
Impacto e Implicações Táticas
O ataque ressalta as crescentes capacidades da Ucrânia para atingir alvos militares estratégicos muito além de suas fronteiras. Embora as munições de fragmentação levantem questões sobre as implicações mais amplas de seu uso, esta operação parece ter como alvo a infraestrutura militar crítica da Rússia.
- Vantagem Operacional: Ao atingir a base aérea de Kursk, a Ucrânia envia um sinal claro sobre sua capacidade de interromper as operações militares russas longe das linhas de frente.
- Escalação Mais Ampla: O uso de mísseis de longo alcance dentro da Rússia pode provocar uma resposta contundente de Moscou, complicando ainda mais um conflito já volátil.
Um Padrão de Escalação
Esta não é a primeira vez que a Ucrânia utiliza mísseis ATACMS, que foram inicialmente empregados contra territórios ocupados pela Rússia. Os principais ataques passados incluem:
- 18 de Novembro: A Ucrânia lançou um ataque contra o 67º arsenal do Ministério da Defesa da Rússia.
- Alvos Anteriores: Mísseis ATACMS também foram utilizados para desativar estações de radar e destruir depósitos de armas críticos para as operações russas.
O Que Vem a Seguir?
A capacidade da Ucrânia de realizar ataques de longo alcance em solo russo representa uma nova fase na guerra, potencialmente remodelando a dinâmica do campo de batalha. No entanto, os riscos de escalada permanecem altos:
- Resposta Russa: Moscovo provavelmente responderá de forma contundente, potencialmente escalando os ataques à infraestrutura ucraniana e a alvos civis.
- Implicações da OTAN: O ataque pode provocar discussões renovadas dentro da OTAN sobre o alcance do apoio à Ucrânia, particularmente no que diz respeito a armamentos avançados.
Este ataque serve como um lembrete claro de como o conflito continua a evoluir, com novas tecnologias e estratégias reformulando os cálculos de ambos os lados. À medida que a Ucrânia utiliza armas fornecidas pelos EUA para vantagem estratégica, as apostas globais da guerra se tornam cada vez mais altas.