Em uma declaração recente, Sergei Shoigu, o Secretário do Conselho de Segurança da Rússia e ex-Ministro da Defesa, enfatizou que o sistema de proteção nuclear da Rússia se estende a países dentro da aliança militar pós-soviética. Falando em uma cúpula em Astana, que incluiu Rússia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão, Shoigu destacou que tanto as doutrinas nucleares anteriores quanto a atual garantem essa proteção para seus aliados. Ele mencionou especificamente que a nova doutrina se concentra principalmente em países pertencentes à Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC). No entanto, a Armênia suspendeu sua participação na aliança. Notavelmente, Shoigu também se referiu a um acordo separado relativo à Bielorrússia, onde armas nucleares russas estão estacionadas há mais de um ano.
Dirigindo-se aos repórteres, Shoigu reiterou que a nova doutrina nuclear da Rússia é “clara, compreensível e transparente.” Isso ocorre após o presidente Vladimir Putin ter aprovado recentemente a nova doutrina, permitindo uma resposta nuclear a ataques convencionais. Além disso, a Duma de Estado da Rússia (Câmara Baixa do Parlamento) aprovou uma legislação que aumenta os gastos com defesa em quase 25% a partir do próximo ano. Esse aumento elevará os gastos com defesa para mais de 6% do Produto Interno Bruto (PIB).
Essas medidas estão sendo implementadas em meio a crescentes tensões entre a Rússia e as nações ocidentais. O catalisador para esses desenvolvimentos foi o lançamento pela Rússia do míssil balístico Oreshnik em uma fábrica militar ucraniana em resposta ao uso de mísseis fabricados nos Estados Unidos pela Ucrânia. O conflito intensificado levou a Rússia a reforçar suas capacidades de defesa.
A decisão da Armênia de congelar sua participação na OTSC surgiu no início de 2023 devido à inação percebida pela aliança militar pós-soviética durante os ataques do Azerbaijão. Como o Azerbaijão também faz parte da OTSC, a Armênia expressou preocupações sobre sua segurança e soberania. O Primeiro-Ministro Nikol Pashinyan declarou em setembro passado que a Armênia suspendeu sua participação porque a OTSC falhou em cumprir suas obrigações em garantir a segurança da Armênia e, em vez disso, representou ameaças à existência futura e à soberania do país.
O contexto histórico desse desenvolvimento está enraizado na dissolução da União Soviética, que resultou no surgimento de estados independentes em busca de garantias de segurança. O colapso da URSS deixou um vácuo de poder e criou um senso de instabilidade entre as antigas repúblicas soviéticas. Como resultado, várias alianças pós-soviéticas, como a OTSC, foram estabelecidas para promover a segurança coletiva entre os estados membros.
Especialistas acreditam que a garantia da Rússia de proteção nuclear reflete sua influência contínua sobre os antigos territórios soviéticos. Esse movimento estratégico serve a múltiplos propósitos para a Rússia, incluindo a preservação de sua esfera de influência, a manutenção da estabilidade regional e a dissuasão de potenciais adversários de invadir suas fronteiras. No entanto, também levanta preocupações entre as nações ocidentais em relação à política externa agressiva da Rússia e as implicações para as dinâmicas de segurança global.
As repercussões desses desenvolvimentos se estendem além da política e dos assuntos militares. Economicamente, o aumento dos gastos com defesa afeta as alocações orçamentárias para outros setores, como saúde, educação e infraestrutura. Socialmente, os cidadãos podem experimentar mudanças no sentimento público devido a ameaças percebidas ou ao nacionalismo acentuado. Além disso, as relações diplomáticas entre a Rússia e outros países provavelmente estarão tensas, uma vez que essas ações são vistas com ceticismo pelas potências ocidentais.
É crucial que observadores internacionais monitorem de perto novas negociações e discussões dentro da aliança pós-soviética sobre proteção nuclear. Além disso, analisar as opiniões de especialistas sobre as implicações de longo prazo das ações da Rússia fornecerá insights valiosos sobre a dinâmica regional e possíveis conflitos futuros.
Em conclusão, o compromisso da Rússia em fornecer proteção nuclear às ex-repúblicas soviéticas dentro da aliança militar pós-soviética destaca sua determinação em manter influência na região. À medida que as tensões persistem entre a Rússia e as nações ocidentais, esses desenvolvimentos têm consequências de longo alcance que vão além das fronteiras políticas tradicionais. A reassuração oferecida por Sergei Shoigu enfatiza não apenas as capacidades militares da Rússia, mas também sua intenção de proteger seus aliados em meio a um cenário geopolítico em evolução.