O ex-principal da equipe Haas, Guenther Steiner, criticou a tentativa fracassada da Andretti de garantir uma entrada na Fórmula 1 para a temporada de 2026, alertando a equipe americana sobre sua estratégia falha. Apesar de ter obtido a aprovação da FIA, a proposta da Andretti foi finalmente frustrada por manobras políticas ferozes dentro da F1, com a organização exercendo sua influência para bloquear a entrada da equipe.
As consequências não tardaram a aparecer. Michael Andretti, CEO da equipe, anunciou sua renúncia esta semana, transferindo a liderança para seu parceiro de negócios David Towriss. Essa mudança na liderança lançou uma sombra sobre as ambições da Andretti para 2026, especialmente com o Departamento de Justiça dos EUA investigando a legalidade da recusa da F1, tentando forçar uma resolução.
Steiner, falando ao RacingNews365, analisou os erros da Andretti, contrastando-os com a forma como a Haas garantiu sua entrada em 2016. Ele observou que, enquanto a Haas obteve aprovações tanto da FIA quanto da Formula One Management (FOM) simultaneamente, a abordagem agressiva da Andretti não conseguiu se alinhar com o clima político e financeiro atual do esporte.
“As apostas são maiores agora; cada equipe é avaliada em um bilhão de dólares,” explicou Steiner. “Você precisa ser cauteloso e estratégico em seus movimentos.”
De acordo com Steiner, as táticas da Andretti saíram pela culatra. A equipe fez lobby agressivamente junto às equipes da F1 para apoiar sua proposta, com apenas duas assinando em 2022. Mesmo com o presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, apoiando a proposta, nas últimas semanas esse apoio diminuiu.
Steiner não poupou palavras, criticando a campanha pública de Andretti como um erro tático. “Você faz o acordo primeiro, depois vai para o público,” afirmou. “Andretti tentou fazer o contrário, e agora estamos vendo as consequências.”
A dependência da equipe americana dos recursos da Cadillac, inicialmente vista como um ponto forte, é outra preocupação. O desenvolvimento do motor da Cadillac não se concretizaria até 2028, o que significa que Andretti teria que contar primeiro com um acordo de motor de cliente—outra complicação em sua tentativa de entrada.
Steiner reconheceu que a F1 estendeu uma tábua de salvação, sugerindo que Andretti reaplicasse para entrada em 2028, mas insistiu que o progresso visível no projeto do motor da Cadillac era crucial. “A FOM disse, ‘mostre-nos o que você pode fazer com o motor.’ Se a GM mostrou alguma coisa, eu não sei, mas é isso que eles precisam fazer,” comentou Steiner.
Em meio a essa turbulência, Andretti tem fortalecido sua preparação para a F1, estabelecendo uma base em Silverstone, no Reino Unido, com o ex-guru técnico da F1 Pat Symonds esperado para se juntar em breve. No entanto, como Steiner aponta, sem garantir todos os acordos necessários e focar no desenvolvimento concreto em vez de lobby, o futuro de Andretti na F1 permanece incerto.