A saga em torno da saída de Oscar Piastri da Alpine para a McLaren em 2023 continua a ressoar dentro da comunidade da F1, e o ex-diretor da equipe Alpine, Otmar Szafnauer, não poupou comentários recentes. Szafnauer, que se juntou à Alpine em 2022, mas deixou a equipe em julho de 2023 em meio a uma queda de desempenho, agora culpou indivíduos “não confiáveis” dentro da Alpine por lidarem mal com a situação contratual de Piastri, o que acabou levando à mudança do australiano para a McLaren.
A gestão de Szafnauer viu grandes turbulências, incluindo o anúncio de Fernando Alonso, em meados de 2022, de que se juntaria à Aston Martin. A Alpine rapidamente anunciou que Piastri, então um piloto reserva, ocuparia o lugar de Alonso. No entanto, em uma reviravolta dramática, Piastri assinou com a McLaren, fazendo com que a Alpine perdesse tanto um bicampeão quanto seu promissor talento.
No High Performance Podcast, Szafnauer falou sobre o período caótico, revelando sua falta de envolvimento na disputa. Ele esclareceu que, embora houvesse uma opção no contrato de Piastri após sua carreira na F2 para garantir seus serviços como piloto da Alpine, a equipe falhou em agir durante a janela especificada em novembro. “Houve uma janela de duas semanas em que isso poderia ter sido feito, e não foi,” afirmou Szafnauer, apontando para a má gestão da administração da Alpine.
A apelação da Alpine ao Conselho de Reconhecimento de Contratos (CRB) acabou falhando, pois os documentos foram considerados mal gerenciados, levando à transferência de Piastri para a McLaren. Szafnauer, cuja imagem foi utilizada no comunicado de imprensa oficial da Alpine após a decisão, enfatizou que não teve nenhum papel na disputa ou nos procedimentos do CRB. “Então, número um, nada a ver comigo. Eu nem estava lá,” ele enfatizou. Ele também criticou a equipe de comunicação da Alpine, que não reportava a ele, por usar sua imagem como uma forma de desviar a culpa daqueles que eram realmente responsáveis.
Szafnauer contou como confrontou um colega envolvido na elaboração do comunicado de imprensa, alguém com quem trabalhou durante seu tempo na Force India. O indivíduo admitiu a Szafnauer que foi instruído a incluir sua imagem, alimentando ainda mais a crença de Szafnauer de que certas pessoas dentro da Alpine estavam trabalhando contra ele. “Havia algumas pessoas dentro da organização Alpine que eram desonestas e estavam querendo me prejudicar, então não estavam trabalhando comigo,” ele disse.
Apesar do mau gerenciamento, Szafnauer insistiu que a Alpine cumpriu suas obrigações para com Piastri ao fornecer-lhe 5.000 quilômetros de testes em um carro de dois anos, um esforço que envolveu recursos significativos. Ele argumentou que, mesmo que o contrato não tivesse sido assinado, a equipe havia cumprido suas promessas, afirmando: “Na lei inglesa, se tivéssemos levado isso a um tribunal inglês, talvez tivéssemos vencido. Você sabe, isso é enriquecimento sem causa.”
A mudança de Piastri para a McLaren tem se mostrado extremamente benéfica. O piloto australiano conquistou duas vitórias nesta temporada nos Grands Prix da Hungria e do Azerbaijão e atualmente ocupa a quarta posição no Campeonato de Pilotos. A recuperação da McLaren a posicionou como uma equipe de destaque, enquanto a Alpine caiu para a nona posição no Campeonato de Construtores, com seis corridas restantes na temporada.
As repercussões do caso Piastri continuam a destacar problemas internos na Alpine, revelando uma falta de coesão e confiança que contribuiu para suas recentes dificuldades. Enquanto isso, a sorte da McLaren e de Piastri indica que o jovem piloto tomou a decisão certa, deixando a Alpine para enfrentar as consequências de sua má gestão interna.