A Fórmula 1 não está mais competindo com outras séries de automobilismo pela atenção dos fãs, segundo o CEO da F1, Stefano Domenicali. Embora categorias como Fórmula E, IndyCar e MotoGP ofereçam corridas emocionantes, nenhuma delas possui o apelo global da F1, que se tornou um gigante tanto em audiência quanto em engajamento dos fãs. Domenicali acredita que a Fórmula 1 evoluiu além do mundo do automobilismo e agora se vê competindo com indústrias de entretenimento mais amplas, como filmes e outros esportes, em vez de apenas corridas.
A abrangência da F1 explodiu desde a pandemia, particularmente após a temporada de 2021, onde o esporte alcançou quase 1,55 bilhão de visualizações. O controverso Grande Prêmio de Abu Dhabi sozinho atraiu impressionantes 108,7 milhões de espectadores, catapultando o esporte para uma nova estratosfera de reconhecimento global. Até 2024, a audiência total da Fórmula 1 superou 2 bilhões, tornando-se um gigante no mundo dos esportes e entretenimento.
A visão de Domenicali para a Fórmula 1 é ousada. Ele enfatiza a importância de inovar e se adaptar a um mundo onde as pessoas têm inúmeras opções de entretenimento, destacando que a F1 deve se manter à frente das tendências para manter seu impressionante impulso.
“Temos que pensar grande,” afirmou Domenicali. “Não acreditamos mais que precisamos competir com outros esportes de quatro rodas. Precisamos ser fortes em um mercado cheio de ofertas diferentes. Nosso público assiste a filmes e eventos, e nós somos um deles.”
Domenicali não está falando apenas sobre os fãs de corridas. Ele quer que a Fórmula 1 atraia super fãs enquanto também conquista novos espectadores que podem não ser entusiastas tradicionais do automobilismo. Sua abordagem inclui aproveitar ferramentas de comunicação modernas, como as redes sociais, para envolver um público mais amplo. Ao focar no valor de entretenimento do esporte e construir sobre o sucesso de Drive to Survive da Netflix, Domenicali acredita que a F1 pode criar conteúdo cativante para engajar uma audiência mais ampla.
“Nosso objetivo é envolver super fãs, mas também aqueles que não têm ideia do que é a F1,” disse Domenicali. “Precisamos nos comunicar com as pessoas, não apenas com a narrativa, mas também com as ferramentas de comunicação que estão mudando rapidamente.”
Além de apenas aumentar a audiência, Domenicali também abordou a responsabilidade da Fórmula 1 em dar um exemplo de esportividade, especialmente à luz de controvérsias recentes. Pilotos, equipes e todo o ecossistema da F1 devem incorporar os valores de respeito e profissionalismo, especialmente em um esporte cada vez mais globalizado.
“Quero garantir que a F1 seja uma plataforma muito inclusiva e amada em todo o mundo, que entretenha as pessoas e aqueles que fazem parte dela. E na pista deve sempre haver respeito,” disse Domenicali, aludindo a questões recentes envolvendo o comportamento dos pilotos.
Olhando para o futuro, Domenicali está determinado a fazer com que a Fórmula 1 corresponda ao apelo global de esportes como o futebol e a NBA. Ele vê a mídia como Drive to Survive apenas como o começo, com a F1 visando produzir mais séries, documentários e conteúdo interativo que possam capturar tanto novos quanto antigos fãs. Com essa estratégia, Domenicali imagina a Fórmula 1 não apenas como um esporte, mas como um protagonista no cenário global de entretenimento.