Antonio Felix da Costa experimentou um nível revigorante de honestidade após atingir o fundo do poço em Riyadh no início deste ano. Naquela época, ele não havia pontuado em três corridas e estava 57 pontos atrás de seu companheiro de equipe, Pascal Wehrlein. Além disso, ele não havia chamado a atenção de ninguém em termos de desempenho. Isso preocupou não apenas os fãs, mas também o próprio da Costa.
Para piorar a situação, a Porsche decidiu testar um piloto de outra equipe, Nico Mueller da Abt, durante a temporada. Parecia que o relacionamento de da Costa com a Porsche estava em perigo. Enquanto alguns na Porsche duvidavam de sua capacidade de reverter a situação, havia outros que acreditavam nele. Sua equipe de engenharia, liderada por Marius Meier-Diedrich e Alexander Lieschke, permaneceu leal e focada em encontrar soluções. Não foi uma transformação instantânea, o que torna a atual sequência de vitórias de da Costa na Fórmula E ainda mais satisfatória.
Nas últimas cinco corridas, da Costa venceu quatro delas, reduzindo uma enorme desvantagem de 76 pontos para apenas 33 pontos. Com mais de 50 pontos em jogo na final do campeonato em Londres, ele ainda tem uma chance de ganhar o título.
“Eu tenho um vínculo especial com Marius e minha equipe de engenharia,” explica da Costa. “Marius, especialmente, é muito emocional, mas às vezes é difícil fazê-lo expressar suas emoções. Quando estávamos enfrentando dificuldades no início do ano, ele foi brutalmente honesto comigo, e eu aprecio isso. Nunca é agradável ouvir a verdade, mas é a única maneira de superar uma situação difícil. Eu não gosto quando as pessoas são desonestas. Então, eu tenho muito respeito pelo que ele e toda a minha equipe, incluindo meu engenheiro de desempenho Alex, fizeram por mim. Eu não consegui reverter a situação sozinho, e a crença inabalável deles desempenhou um papel significativo.”
Como sempre, as palavras de da Costa requerem alguma análise. Meier-Diedrich uma vez disse a da Costa que sua performance em Portland, onde venceu duas corridas, foi o melhor final de semana de sua carreira de 15 anos no automobilismo. Esse tipo de apreciação genuína significa muito para da Costa, assim como seus troféus e pontos.
Mas o que ele quer dizer com “brutalmente desonesto”? Para entender completamente o contexto, este comentário será incluído no artigo. No entanto, por enquanto, toda a atenção está na próxima corrida no London ExCeL. Da Costa nem sequer considerou a possibilidade de uma recuperação milagrosa. Ganhar um segundo título é altamente improvável e exigiria infortúnios para seus concorrentes, incluindo Nick Cassidy, Mitch Evans e Wehrlein.
Embora seja irrealista e hipotético, se a performance de da Costa na rodada dupla de Portland fosse replicada em Londres, ele se tornaria o campeão com 184 pontos. Evans seria o segundo com 178 pontos, Wehrlein o terceiro com 168 pontos e Cassidy o quarto com 167 pontos.
Isso levanta a questão do futuro de da Costa. Ele ainda está indeciso sobre se irá correr no WEC, se juntará a outra equipe da Fórmula E ou cumprirá o restante do ano de seu contrato com a Porsche.
Após sua vitória em Portland, da Costa ficou sobrecarregado de amor por sua equipe e pelo gosto do sucesso. Ele nem sequer considerou a possibilidade de uma ascensão ao título em Londres.
“Eu ainda não sei, tudo é muito recente,” ele disse. “Quando cheguei a Portland esta semana, pensei que estava aqui apenas para apoiar o Pascal. Mesmo na corrida de hoje, eu estava focado em ajudar o Pascal, e fiz o meu melhor. Dê-me uma semana, e poderei fornecer mais informações.”
Da Costa, que gosta de esportes aquáticos, frequentemente faz mergulhos ou nados espontâneos após suas vitórias. No entanto, ele deve se abster de pular no Tâmisa nas proximidades em Londres. No entanto, se alguém pode alcançar o que parece impossível no momento, esse alguém é ele.