A rígida regra de recuperação de veículos da NASCAR está sob fogo novamente após Josh Berry, da Stewart-Haas Racing, ser ejetado da corrida no Kansas Speedway no domingo, levantando questões sobre a abordagem do esporte em relação à recuperação de acidentes antes das corridas cruciais que decidem o campeonato. A regra, que determina que se um carro não consegue se dirigir de volta ao pit após um acidente, ele está automaticamente fora da corrida, tem recebido críticas crescentes por sua falta de flexibilidade, com Berry se tornando o mais recente piloto a expressar frustração.
O incidente de Berry ocorreu na primeira volta, quando ele se envolveu em um acidente com vários carros e rodou com quatro pneus furados. Embora sua equipe acreditasse que um simples reboque e pneus novos o colocariam de volta na pista, a regra da NASCAR era clara: se o carro não consegue voltar, está fora por aquele dia. Berry, perplexo, foi instruído a sair de seu veículo e assistiu enquanto seu Ford era rebocado para o acampamento, deixando-o “relaxando com os fãs” enquanto seu chefe de equipe, Rodney Childers, tentava em vão se comunicar com os oficiais da corrida.
O diretor administrativo da NASCAR Cup Series, Brad Moran, defendeu a decisão, citando a Política de Veículos Danificados (DVP) e o gravador de dados de incidentes (IDR) que mostraram um impacto significativo, o que acionou os protocolos de segurança automáticos. “Uma vez que você está envolvido em um acidente de DVP, você tem que dirigir de volta ou está fora”, disse Moran. Mas a explicação fez pouco para acalmar Childers, que recorreu às redes sociais para desabafar sua frustração.
A regra, que está em vigor desde 2017, tem como objetivo priorizar a segurança, mas incidentes como este — e uma situação semelhante envolvendo Ryan Blaney em Watkins Glen — destacam sua inflexibilidade. A NASCAR tem uma disposição para que carros com pneus furados sejam rebocados para a área de pits, mas isso não se aplicou a Berry, cujo acidente acionou o DVP.
A experiência de Berry gerou preocupação entre os pilotos e equipes, especialmente com a corrida do campeonato se aproximando no Phoenix Raceway. Se um incidente semelhante afetasse um candidato ao título, poderia causar caos na corrida de maior risco do ano. Moran admitiu que tal cenário seria uma “situação realmente ruim”, mas confirmou que a regra não mudará antes do final da temporada.
Embora Moran tenha reconhecido a crescente reação negativa, afirmando que a regra será revisada na entressafra, o momento não poderia ser pior para a NASCAR. Com fãs e equipes analisando cada decisão à medida que a temporada se aproxima do fim, o órgão governante do esporte precisará agir com cautela para evitar mais controvérsias. À medida que o foco se desloca para as corridas decisivas do campeonato, a política inflexível de acidentes da NASCAR pode ter sérias consequências para a corrida pelo título — e para o esporte em si.
Foto da conta Nascar (X)