É um dos nomes míticos da Honda e agora está de volta à gama da marca Golden Wing. Com várias melhorias em diversos departamentos, a 600RR 2024 ainda é a moto que sempre conhecemos: fácil, ágil e rápida, pode muito bem ser a moto ideal para seus primeiros passos na pilotagem esportiva em circuito.
Esta é uma daquelas motos das quais ouvimos falar desde pequenos. Muitos de nós crescemos sonhando com a CBR 600, então seria uma pena se não conseguíssemos encontrar este modelo novamente nas concessionárias europeias, de onde saiu em 2017. Felizmente, a Honda conseguiu trazer de volta alguns dos grandes nomes da marca, como a Africa Twin e a Transalp, e este é apenas mais um. E pode até ser mais fácil para a Honda seguir os passos de sua rival Yamaha e relançar este modelo sem homologação para a estrada (a Yamaha já fez isso com a R6 e seguirá o mesmo caminho a partir de janeiro com a R1), e até mesmo dar a ela mais capacidade para circuito. A Honda não quis fazer isso, preferindo relançar a CBR 600RR da maneira como sempre conhecemos o modelo: fácil e divertida de pilotar na estrada, com boas habilidades para circuito. E claro, com uma boa preparação, pode ir longe na competição, como já fez no passado com títulos mundiais em Supersport.
NA AIA
A história das apresentações da Honda em nosso país é bastante longa, e várias CBR 600 foram apresentadas no Autódromo do Estoril no passado. Agora estávamos no Autódromo Internacional do Algarve, apenas algumas semanas antes da chegada do MotoGP em nosso país, e também tivemos à nossa disposição a mais recente evolução da Fireblade, sobre a qual falaremos em breve. E como a Honda dá grande importância a esse tipo de evento, mais uma vez fomos acompanhados por um grande grupo de engenheiros japoneses que estiveram envolvidos no desenvolvimento das duas CBR em exibição. Além disso, como guias de pista, tivemos ninguém menos que John McGuinness, um vencedor 23 vezes na Ilha de Man, Freddy Foray, que é um ex-campeão mundial de Endurance, e Jordi Torres, um piloto do campeonato mundial de MotoE e uma das pessoas mais alegres que conhecemos!
A ATUAL 600RR
Falando especificamente da CBR 600RR, ela saiu de linha em 2017, em um momento em que o mercado esportivo já não era tão forte, e então retornou em 2021 em alguns mercados fora da Europa. Agora está de volta, com várias melhorias e, claro, todas as homologações necessárias.
E, claro, como suspeitávamos, é um modelo super divertido de pilotar no Autódromo Internacional do Algarve, a famosa montanha-russa (ou um belo parque de diversões para adultos), onde uma moto de 600 cc é sempre um prazer de pilotar, com muita emoção, mas sem as dificuldades físicas que motos com mais de 200 hp acabam gerando, sem mencionar os sustos que motos mais potentes surpreendem os menos preparados.
Este modelo agora tem uma aerodinâmica melhorada, com uma frente muito mais parecida com a da Fireblade e até pequenas asas laterais na frente. A traseira, por outro lado, mantém uma forma um pouco mais antiga, muito larga (a traseira da Fireblade é bem menor) com um assento generoso para o passageiro, pois mantém o escapamento sob o assento. O escapamento foi aprimorado para este ano, assim como vários componentes do motor, mas acima de tudo esta moto se destaca por sua eletrônica, que não existia antes. Há um IMU de 6 eixos, então há controle de tração, vários modos de condução e também ABS, que foi melhorado e está muito mais leve nesta geração.
Dentro do motor de quatro cilindros em linha, as válvulas de admissão e escape agora atuam de forma ligeiramente diferente. O escapamento até perdeu peso, após muito trabalho de desenvolvimento para atender aos novos padrões, e alguns componentes internos também são mais leves, tornando este motor 3,4 kg mais leve que o CBR 650R, uma moto com maior cilindrada, mas menos potência. A admissão foi aprimorada e há corpos de borboleta maiores, enquanto a relação final é ligeiramente mais curta. Em termos de eletrônica, o IMU Bosch de 6 eixos é o mesmo da Fireblade, e mantém tudo seguro em termos de controle de tração, ABS em curva e levantamento da roda dianteira ao acelerar e levantamento da roda traseira ao frear. E há nove níveis de controle de tração, sem mencionar um amortecedor de direção eletrônico.
Dos três modos de pilotagem, escolhemos o mais esportivo, já que só andamos na pista, mas também poderíamos gerenciar nossas preferências no modo Usuário. No painel de instrumentos TFT, também pilotamos com a tela mais esportiva, e em termos de ciclismo, o destaque foi o quadro muito leve e, em termos de frenagem, encontramos equipamentos Tokico, com pinças de montagem radial na frente. Como padrão, você encontrará esta CBR com pneus Dunlop Roadsport 2, mas a pilotamos no AIA com pneus slick Pirelli, e comparado à última geração da 600RR que conhecíamos, ela tem 3 kg a menos de peso e uma distância entre eixos 5 mm mais curta. Os interessados também poderão encontrar dois pacotes de acessórios, Racing e Comfort, para que todos saiam satisfeitos.
SENTIMENTOS
Como imaginávamos, esta é uma moto muito fácil de pilotar, você só precisa manter a rotação do motor relativamente alta para que esteja sempre responsiva ao sair das curvas, especialmente nas subidas, já que há algumas no Autódromo do Algarve. Portanto, é importante ter alguma velocidade nas curvas para que você nunca perca velocidade, sabendo que o motor tem tudo para mostrar acima de 10.000 rpm, como é comum com esse tipo de modelo.
Nesta CBR, adoramos o sistema de quickshifter, muito suave, mas preciso, e apesar de ser uma moto fácil, conseguimos ir bastante rápido e aproveitar a pilotagem. Claro, os pneus slick da Pirelli também ajudaram muito, e também gostamos do TFT de 4,2 polegadas, pois oferece excelente visibilidade mesmo quando estamos em alta velocidade na pista. Também notamos que a posição de pilotagem não é muito radical em termos de altura do assento ou do peso que você carrega nos braços. Tudo é fácil, a agilidade é enorme, o escapamento grita da maneira que esperávamos, e tivemos a sensação de que já conhecíamos esta moto, mas que agora está ligeiramente melhor em todos os aspectos. Além disso, apenas quando a empurramos com força sentimos que a alavanca do freio estava momentaneamente um pouco esponjosa, mas para pilotagem em dias de pista isso não será um problema. As suspensões nos deram uma excelente sensação e pudemos perceber tudo o que estava acontecendo abaixo de nós, e a transmissão nos permitiu esticar a quinta marcha na longa reta de Portimão (pouco mais de 240 km/h) antes de frear forte. No momento da escrita, ainda não sabemos o preço deste modelo, mas acima de tudo, esperamos que este retorno da 600RR à gama da Honda venha para ficar por muitos anos. O segmento Supersport está desesperadamente carente no mundo das motos esportivas e a Honda CBR 600RR – mais do que apenas um substituto – merece seu lugar entre as melhores motos esportivas de médio porte!