Franco Morbidelli, representando a MotoGP, foi um convidado especial no Festival dello Sport, promovido pela Gazzetta dello Sport. Ao lado dele estava Paolo Campinoti, da Pramac Racing, onde ambos compartilharam insights importantes sobre a carreira de Morbidelli e o futuro do paddock em constante evolução da MotoGP.
Em uma conversa franca, Morbidelli revisitou alguns dos momentos cruciais de sua carreira. Um desses momentos foi o grave acidente em Portugal que quase prejudicou sua carreira antes do início da temporada. O acidente deixou-o não apenas com ferimentos físicos, mas também com problemas de memória, uma experiência aterrorizante que o fez perder o reconhecimento de sua família por uma semana. “Foi um dos piores momentos da minha carreira,” confessou Morbidelli, admitindo que duvidou se conseguiria voltar a ser quem era antes. No entanto, após uma longa recuperação, o piloto ítalo-brasileiro está de volta à forma, competindo por “posições interessantes” e olhando otimisticamente para seu futuro com a VR46 em 2025.
Enquanto isso, Campinoti, o chefe da Pramac Racing, expressou sua admiração por Morbidelli, insinuando que o piloto ainda tem assuntos pendentes com sua equipe atual. “Eu o manteria na Pramac; ele precisa vencer uma corrida para completar o ciclo,” disse Campinoti, elogiando a determinação e o crescimento de Morbidelli. O chefe da Pramac também comentou sobre o futuro da equipe, revelando que a Pramac se tornará a equipe satélite da Yamaha em 2025, encerrando sua longa relação com a Ducati. Campinoti enfatizou o profissionalismo da Ducati durante essa transição, afirmando: “Eles estão se comportando impecavelmente conosco.”
No entanto, Campinoti não hesitou em expressar sua discordância com a mais recente contratação de alto perfil da Ducati, Marc Márquez, como companheiro de Pecco Bagnaia. Ele manifestou suas preocupações sobre a dinâmica interna da equipe de fábrica da Ducati, afirmando: “Eles fizeram uma escolha com a qual eu não concordo.” Campinoti previu uma tensão inevitável dentro da equipe, acrescentando: “É inútil acreditar que não será assim.” Ele também foi crítico da decisão da Ducati de priorizar Márquez em detrimento de talentos-chave como Jorge Martín e Enea Bastianini, ambos os quais ele acredita que mereciam mais oportunidades. “Eles sacrificaram muitas pessoas, incluindo nós e pilotos como Jorge ou Bastianini, tudo por uma pessoa,” disse Campinoti de forma contundente.
Retornando às suas raízes brasileiras, Morbidelli encerrou o evento mostrando um capacete que usou durante o GP de Misano de 2020, onde conquistou sua primeira vitória na MotoGP. O capacete trazia a frase “Faça a Coisa Certa,” inspirada no icônico filme de Spike Lee. Morbidelli explicou o significado por trás disso, refletindo sobre a necessidade de maior tolerância e compreensão no mundo, uma mensagem tão relevante na pista quanto fora dela.
Enquanto Morbidelli se prepara para seu próximo capítulo com a VR46 e Campinoti navega o futuro da Pramac com a Yamaha, ambas as figuras parecem prontas para desenvolvimentos significativos nas temporadas que estão por vir.