Bagnaia pede por ‘Corrida Limpa’ enquanto espera por uma recuperação improvável contra Jorge Martin na final da MotoGP
Pecco Bagnaia chega à última etapa da temporada 2024 da MotoGP precisando de nada menos que caos para ter uma chance de destronar Jorge Martin. Após uma queda custosa na corrida Sprint de Sepang, Bagnaia agora se encontra 24 pontos atrás de Martin—uma diferença grande demais para fechar sozinho. Com Barcelona se aproximando como o confronto de alto risco, Bagnaia admite abertamente que precisa de um milagre, mas insiste que não recorrerá a táticas antidesportivas para consegui-lo.
No Grande Prêmio da Malásia, Bagnaia lutou ferozmente com Martin pela liderança, trocando de posições várias vezes em apenas três voltas. Ele esperava ver rivais como Marc Marquez e Enea Bastianini desafiando Martin, potencialmente atrapalhando sua coleta de pontos. Mas quando Marquez caiu e Bastianini não conseguiu acompanhar o ritmo, o plano de Bagnaia desmoronou, deixando-o para se defender de Martin sozinho.
“Eu sei que estamos ambos em outro nível agora,” admitiu Bagnaia. “Mesmo que Jorge diminuísse a velocidade, ele ainda terminou sete segundos à frente do terceiro.” O domínio dos dois pilotos da Ducati dificultou para Bagnaia encontrar ajuda na pista, e com poucos pilotos capazes de acompanhar, suas esperanças de que alguém se interponha entre ele e Martin em Barcelona parecem escassas.
Em um esporte onde corridas de títulos de alto risco podem tentar os pilotos a jogos estratégicos, Bagnaia tem permanecido firme em que não irá se rebaixar a táticas controversas. “Sou um cara limpo e um verdadeiro esportista,” afirmou, descartando qualquer noção de que ele intencionalmente atrasaria Martin para melhorar suas próprias chances. “Quero vencer de maneira justa—isso não é o que eu faria.”
A admissão de Bagnaia destaca o desafio que ele enfrenta. Em batalhas de campeonato anteriores, os pilotos tentaram empurrar rivais para o pelotão a fim de aumentar a vulnerabilidade de pontos. Em 2013, Jorge Lorenzo tentou isso contra Marc Marquez, e apenas este ano, Maria Herrera utilizou essa tática para tentar destronar Ana Carrasco na final do WorldWCR—ficando a uma curva de distância. Mas Bagnaia descartou qualquer comparação, dizendo que seu foco estava em controlar seu próprio ritmo sem superaquecer seus pneus.
O circuito de Barcelona, no entanto, está longe de ser uma corrida simples para Bagnaia. Historicamente desafiador para Marquez e Bastianini, é improvável que algum deles tenha o ritmo para pressionar Martin. E enquanto Aleix Espargaro, da Aprilia, venceu a Sprint lá no início desta temporada, sua amizade com Martin significa que ele pode não estar motivado a interromper a disputa pelo título.
Adicionando à intriga, as voltas finais de Bagnaia em Sepang levantaram sobrancelhas quando ele desacelerou o suficiente para permitir que Martin se aproximasse, levando alguns a se perguntarem se ele estava provocando Martin a persegui-lo—uma tática que poderia ter forçado um erro. Bagnaia minimizou, explicando que ele simplesmente havia mudado para uma configuração de potência mais conservadora. “Eu mudei o mapa de entrega de potência, mas estava muito conservador,” disse ele. “Então, eu voltei e consegui ir um pouco mais rápido.”
No que diz respeito a Martin, ele não está correndo riscos. Apesar de uma tentadora chance de vitória na Malásia, ele desacelerou após a queda de Marquez, priorizando o segundo lugar e os pontos que isso oferecia. “Eu pensei sobre isso! Tipo, ‘Ele quer que eu tente!’” Martin lembrou, apenas para perceber que os riscos superavam a recompensa. “Isso é suficiente—o segundo lugar é perfeito,” concluiu.
Para Bagnaia, o capítulo final da temporada está fora de suas mãos. “Ainda temos uma chance”, disse ele. “Mas precisamos de muita ajuda.” Com uma corrida limpa, mas feroz pela frente, Bagnaia contará com o que o complicado traçado de Barcelona puder lançar contra seu rival, esperando por uma reviravolta de última hora nesta acirrada batalha pelo título da MotoGP.