Em uma declaração contundente hoje, o Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, denunciou o recente ataque de Israel ao Hospital Kamal Adwan, no norte da Faixa de Gaza, que, segundo relatos, deixou funcionários do hospital feridos e recursos de saúde críticos destruídos. O ataque aéreo, que atingiu o espaço de armazenamento do hospital para suprimentos médicos essenciais e danificou uma estação de dessalinização e tanques de água, atraiu a atenção global enquanto as instalações de saúde de Gaza enfrentam desafios sem precedentes em meio à escalada da violência.
“A OMS condena o ataque desta manhã ao Hospital Kamal Adwan, que causou ferimentos em alguns membros da equipe do hospital,” afirmou Ghebreyesus no X (anteriormente Twitter), expressando preocupação com o impacto direto na infraestrutura de saúde de Gaza. Ele destacou que o hospital “tem funcionado apenas de forma precária desde a mais recente incursão,” acrescentando que as condições de saúde no norte de Gaza são “deploráveis.” A OMS fez um apelo urgente a todas as partes envolvidas para proteger as instalações médicas e respeitar o direito humanitário internacional, que exige a proteção de estruturas civis, especialmente instituições de saúde, durante conflitos armados.
Um Sistema de Saúde à Beira do Colapso
O Hospital Kamal Adwan, agora quase incapacitado, tem sido vital para o tratamento de feridos e doentes crônicos em meio à crise contínua em Gaza. Hussam Abu Safiya, o diretor do hospital, descreveu o impacto do ataque aéreo, revelando que quatro médicos sofreram queimaduras e que as operações cirúrgicas de emergência tiveram que ser interrompidas completamente. “Fomos forçados a deixar pacientes morrer porque as operações cirúrgicas foram suspensas,” disse Abu Safiya, classificando a situação como “catástrofe.” O ataque sobrecarregou a capacidade da instalação de funcionar, deixando os pacientes com cuidados limitados e poucas alternativas.
Este ataque segue uma série de agressões a locais médicos em Gaza. Apenas na semana passada, as forças de ocupação entraram e ocuparam o Hospital Kamal Adwan, detendo quase toda a equipe médica, exceto pelo diretor do hospital, três enfermeiras e um pediatra. A equipe restante tem lutado para manter os serviços essenciais, enfrentando um suprimento cada vez menor de medicamentos, falta de equipamentos e um influxo de pacientes gravemente feridos. “É uma luta diária pela sobrevivência aqui,” disse uma enfermeira que pediu anonimato. “Estamos tentando salvar vidas, mas sem recursos ou mãos suficientes, cada dia parece uma batalha perdida.”
Preocupações Humanitárias Internacionais Aumentam
O ataque ao Hospital Kamal Adwan se soma a uma série de incidentes relatados que geraram condenação internacional sobre o ataque a instalações médicas em Gaza. A OMS tem consistentemente pedido a proteção de locais de saúde em zonas de conflito, enfatizando que ataques a essas instalações agravam o sofrimento humano e violam as proteções da Convenção de Genebra. Organizações de direitos humanos e grupos de defesa da saúde ecoaram o apelo da OMS, ressaltando o custo humanitário do bloqueio e da violência contínuos em Gaza.
O Dr. Richard Brennan, Diretor Regional de Emergências da OMS, afirmou: “Os serviços de saúde estão entrando em colapso em Gaza, e cada ataque adicional aproxima o sistema de saúde do colapso total.” Ele alertou que a falta de atendimento médico adequado pode levar a uma catástrofe humanitária no território, já assolado por escassez de energia, água e suprimentos médicos básicos.
A Posição de Israel e a Resposta Internacional
Embora o exército de Israel ainda não tenha fornecido uma declaração oficial sobre este ataque aéreo específico, ele já justificou suas ações como esforços para atacar o que descreve como ativos militares ocultos em estruturas civis. No entanto, essa posição não mitigou os crescentes apelos por responsabilidade da comunidade internacional. Vários líderes mundiais e agências humanitárias pediram a Israel que conduza suas operações de maneira a minimizar danos a civis e respeitar o direito internacional.
À medida que a crise se desenrola, a OMS e outras entidades internacionais estão enfatizando que a proteção das instalações médicas é inegociável em tempos de guerra. Com a infraestrutura médica de Gaza à beira do colapso, uma resposta global pode prevenir mais devastação e proteger as vidas daqueles que estão no fogo cruzado?
As fontes para este artigo incluem declarações da OMS, relatórios verificados da AFP e relatos da equipe do Hospital Kamal Adwan.