Aliados Ocidentais Consideram Opções Nucleares para a Ucrânia à Medida que o Conflito Escala
À medida que a guerra entre Rússia e Ucrânia se arrasta para seu segundo ano, autoridades dos EUA e da Europa estão supostamente avaliando uma opção dramática e controversa: equipar a Ucrânia com armas nucleares. O New York Times relata que esta proposta de alto risco faz parte de uma discussão mais ampla sobre como fortalecer as defesas da Ucrânia e deter novas agressões russas, especialmente enquanto o presidente eleito Donald Trump se prepara para assumir o cargo em janeiro.
Uma Aposta Perigosa: A Dissuassão Nuclear
Desde a queda da União Soviética, a Ucrânia aderiu ao Memorando de Budapeste, sob o qual renunciou ao seu arsenal nuclear em troca de garantias de segurança do Ocidente. No entanto, à medida que Moscou continua sua campanha militar, alguns oficiais ocidentais argumentam que restaurar uma dissuasão nuclear poderia mudar o equilíbrio de poder.
Embora tais discussões permaneçam preliminares, elas revelam a profunda ansiedade em Washington e Bruxelas sobre a vulnerabilidade atual da Ucrânia. De acordo com o Times, as alternativas em consideração incluem o estoque de armas convencionais avançadas na Ucrânia ou fornecer a Kyiv capacidades de ataque de longo alcance que poderiam atingir alvos profundamente dentro do território russo.
A Última Empreitada da Administração Biden
A urgência decorre da iminente transferência de poder nos EUA. A administração do presidente Joe Biden está supostamente ansiosa para fazer ganhos significativos na Ucrânia antes que Trump assuma o cargo em 20 de janeiro. Avaliações de inteligência sugerem que, embora o envio acelerado de armas possa ter um impacto imediato limitado no campo de batalha, isso poderia sinalizar um compromisso ocidental duradouro com a soberania da Ucrânia.
No entanto, a decisão de armara Ucrânia com armas nucleares—ou mesmo de abordar o assunto—traz riscos profundos. Especialistas alertam que tal movimento poderia provocar uma escalada catastrófica por parte do presidente russo Vladimir Putin, que anteriormente indicou que ameaças nucleares são uma linha vermelha para o Kremlin.
Cálculos Estratégicos
Curiosamente, alguns oficiais dos EUA acreditam que Putin evitará uma escalada significativa nas últimas semanas da presidência de Biden. Eles argumentam que Moscou vê Trump como potencialmente menos confrontacional do que Biden, apesar do histórico de Trump em impor sanções à Rússia e fornecer ajuda militar à Ucrânia durante seu primeiro mandato.
Essa percepção está alinhada com as próprias declarações do Kremlin. Em setembro, Putin sugeriu publicamente que preferia que a vice-presidente Kamala Harris vencesse a Casa Branca, citando o histórico de políticas agressivas de Trump contra a Rússia.
O Fator Trump
O retorno de Trump à presidência dividiu analistas e formuladores de políticas. Por um lado, sua escolha suposta para Diretor de Inteligência Nacional, a ex-congressista Tulsi Gabbard, é vista como defensora de uma política externa mais contida. Por outro, a história de decisões imprevisíveis de Trump deixa incertezas sobre como sua administração pode abordar a guerra.
Críticos em Washington continuam a retratar Trump e Gabbard como excessivamente simpáticos a Moscou, apesar de investigações exaustivas não encontrarem evidências concretas de conluio ou influência indevida.
Implicações Mais Amplas
A mera sugestão de reintroduzir armas nucleares na Ucrânia sublinha o volátil ambiente geopolítico. Enquanto a administração Biden contempla medidas drásticas, os aliados da OTAN permanecem cautelosos, com vários líderes europeus supostamente receosos de ações que poderiam levar o conflito a territórios desconhecidos.
Para a Ucrânia, essas deliberações podem oferecer uma pequena esperança, mas também ressaltam a precariedade de sua posição no tabuleiro global. À medida que as potências ocidentais debatem o próximo movimento, as apostas—para a Ucrânia, Rússia e o mundo—nunca foram tão altas.