A ex-chanceler alemã Angela Merkel lançou uma autobiografia intitulada “Liberdade: Memórias 1954-2021”, na qual defende sua decisão de não oferecer à Ucrânia a futura adesão à OTAN na cúpula de 2008. Apesar das críticas de que essa decisão pode ter encorajado a Rússia a invadir a Ucrânia, Merkel mantém sua escolha. O livro também explora suas relações com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin. Lançada em Berlim no dia 26 de novembro, a memória será promovida por meio de uma turnê por grandes cidades europeias e pelos Estados Unidos.
Merkel reflete sobre as consequências de suas decisões durante seus 16 anos no cargo, incluindo a cúpula da OTAN de 2008. Ela afirma que a promessa de eventualmente admitir a Ucrânia e a Geórgia na OTAN serviu como um “grito de batalha” para Putin. O líder russo alertou Merkel de que a adesão da Ucrânia à OTAN era iminente e que ele pretendia impedi-la. Seis anos depois, a Rússia ocupou e anexou a Crimeia, seguida por uma invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022, que Putin justificou citando as aspirações da Ucrânia à OTAN.
As memórias de Merkel também lançam luz sobre suas experiências com Trump durante seu primeiro mandato como presidente. Ela descreve como suas perspectivas eram diferentes, já que Trump abordava questões do ponto de vista de um desenvolvedor imobiliário, enquanto Merkel se concentrava em fatos e pragmatismo. Ela critica Trump por sua crença de que a cooperação entre os países não é benéfica e que todas as nações estão em competição umas com as outras. Merkel o caracteriza como alguém cativado por líderes com tendências autocráticas.
Além de suas interações com líderes mundiais, Merkel discute seus desafios como a primeira candidata mulher a chanceler e sua decisão de acolher um grande número de migrantes e pessoas deslocadas em 2015. As mais de 700 páginas de suas memórias estão disponíveis em várias línguas, incluindo francês e inglês. Merkel apresentará seu livro em Washington no dia 2 de dezembro, ao lado do ex-presidente dos EUA Barack Obama.
À medida que os alemães reavaliam o legado de Merkel, sua política de migração tem sido alvo de críticas, com alguns atribuindo um aumento no sentimento de extrema direita à sua decisão. Enquanto isso, seu sucessor Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD), enfrenta dificuldades à medida que a economia alemã estagna e o país lida com a redução das exportações para a China. A guerra na Ucrânia levou a Alemanha a reduzir sua dependência do gás russo barato. Com o colapso do governo de coalizão, Scholz enfrenta uma campanha desafiadora para a reeleição.
Em suas memórias, Angela Merkel oferece um relato em primeira mão de suas decisões políticas e experiências durante seu tempo como Chanceler da Alemanha. O livro aborda sua posição sobre a Ucrânia na cúpula da OTAN de 2008, suas interações com líderes mundiais como Donald Trump e Vladimir Putin, e seus desafios como líder feminina. Também fornece insights sobre a resposta da Alemanha à guerra na Ucrânia e as consequências das políticas de Merkel, incluindo o aumento da extrema direita. À medida que Merkel inicia uma turnê promocional para suas memórias, permanece a dúvida de como seu legado político será lembrado.
Meta descrição: Angela Merkel defende sua decisão sobre a Ucrânia e reflete sobre sua carreira política em suas novas memórias, “Liberdade: Memórias 1954-2021.” O livro explora suas interações com líderes mundiais, desafios como líder feminina e as consequências de suas políticas.