Várias vezes a Kawasaki se mostrou pioneira em diversas soluções, outras vezes apresentou simplesmente modelos premium, pois esse sempre foi o objetivo da marca: lançar modelos de ponta com alta performance. Desta vez, a performance não é o principal objetivo, mas devemos sempre destacar os primeiros modelos elétricos da marca Akashic.
A Kawasaki tem velocidade e competição em seu DNA, mas isso não significa que não esteja ciente de como tudo está mudando rapidamente neste mundo. É por isso que tem mostrado alguns modelos híbridos e a hidrogênio em recentes feiras de motocicletas que estão em um estágio avançado de desenvolvimento. Quando se trata de motocicletas elétricas, a marca japonesa optou por começar pela base, lançando modelos limitados a 11 Kw que facilitarão a compra e o uso. A maior curiosidade aqui é que, em vez de apresentar novos scooters como outros fabricantes fariam, a marca lançou suas novas propostas de zero emissão em um “pacote” que já é familiar para eles, nada mais e nada menos que o formato Ninja e Z de seus modelos de baixa cilindrada. Uma excelente ideia ou não tão boa, apenas o futuro dirá!
PROPÓSITO
Fonte: Kawasaki
Com veículos zero-CO2 tendo que ser lançados na Europa em alguns anos (motocicletas de duas e quatro rodas), a Kawasaki está se antecipando e quer alcançar um tipo de cliente que deseja usar motocicletas nas áreas mais congestionadas das cidades, especialmente em zonas urbanas de não-parada – ZER ou estacionamento gratuito para veículos de zero emissões. E está lançando dois modelos com uma potência de 11 Kw, o limite para portadores de licença B ou A1, sabendo de antemão que existem muitas marcas mais acessíveis no mercado, mas sem a qualidade e experiência da Kawasaki na fabricação de motocicletas. Também veremos que tipo de apoio continuará disponível para a compra desse tipo de veículo a partir de agora.
CARACTERÍSTICAS
Fonte: Kawasaki
Com essas duas motocicletas, a Kawasaki deseja lançar modelos de qualidade, confiáveis e seguros (e com diversas concessionárias da marca em todo o país), mas que também ofereçam um pouco de emoção, com a curiosa função e-boost, que explicaremos em um momento. Com exceção das cores, o estilo foi retirado dos modelos Ninja e Z, e embora haja pouquíssimas diferenças do lado de fora, você perceberá que esses novos modelos são um pouco mais simples de pilotar, pois não precisam lidar com tanta potência. A facilidade de pilotagem é uma vantagem, sem embreagem ou câmbio, e em baixas velocidades há até um “modo de caminhada” para ajudar na manobra, tanto para frente quanto para trás. Com cerca de 12 cv de potência, estamos falando de uma velocidade máxima de cerca de 99 km/h (apenas por alguns segundos com o e-boost), para uma autonomia máxima de 72 km e um consumo que, segundo a marca, poderia custar algo em torno de €0,64/100 km. Existem dois modos de condução, Eco e Road, e o e-boost, que é ativado por um botão, dura no máximo 15 segundos, após os quais é necessário esperar que o sistema recupere a energia. No que diz respeito à velocidade máxima, você obtém cerca de 10 km/h se não usar o e-boost e mais 10 km/h se estiver no modo eco, um modo de condução que testamos apenas brevemente e que não é exatamente rápido…
No que diz respeito à fonte de alimentação, ela consiste em um pacote de duas baterias (pesando 11,5 kg cada) conectadas em paralelo que podem ser removidas para serem carregadas (uma de cada vez) em um local adequado, seja em casa, no escritório, etc., ou mantidas no lugar (sob o tanque falso) por aqueles que podem carregá-las via um plugue em uma garagem. Segundo a marca, as duas baterias podem ser carregadas de 0% a 100% em 7,4 horas (ou 3,2 horas de 20% a 85%), algo que não conseguimos verificar nesta apresentação.
Vale também ressaltar que esses modelos possuem conectividade, permitindo que você utilize seu smartphone e seu aplicativo para obter muitas informações sobre suas viagens, o estado do veículo e das baterias. Esses modelos pesam 135 kg na versão naked e 140 kg na versão esportiva, e há até uma lista de opções que podem acrescentar algo em termos de conforto e estética para essas máquinas.
NA ESTRADA… E NA RUA
Fonte: Kawasaki
A apresentação nacional desses modelos ocorreu em Montijo, e esperava-se que fizéssemos alguns quilômetros na estrada, mas também na pista de kart local, com a curiosidade de ter uma grande parte da pista coberta. Desde o início, percebemos que essas motos são bem construídas, feitas por uma marca com muita experiência no setor de combustão de duas rodas. Tudo é simples, mas funciona bem, e além da aceleração muito suave (que você já poderia imaginar), a moto se comporta bem com suspensão confortável e boa frenagem.
A posição de pilotagem é confortável (os pulsos do Ninja estão apenas levemente carregados), e ele se comporta bem nas curvas, o peso não sendo perceptível de forma prejudicial, então, nesse aspecto, poderíamos estar no controle de qualquer veículo movido a gasolina. Mas a potência não é enorme, então é somente quando você usa o e-boost que consegue um desempenho equivalente a um comum motor de 125 cc de quatro tempos. E à medida que o e-boost acaba, precisamos economizá-lo para ultrapassagens e para garantir que a autonomia não se esgote muito rapidamente. A pilotagem acaba sendo divertida e parece que você está em um jogo de computador, como no momento em que a autonomia acaba e você vê um desenho de uma tartaruga no painel de instrumentos!
No geral, a condução é muito fácil, agradável e suave, mas sempre bastante calma. Então, na pista de kart, não queríamos forçar muito, pois nosso equipamento não era o mais adequado e os pneus IRC não pareciam gostar de curvas muito apertadas, mas é sempre divertido dirigir em ambientes fechados sem emissões poluentes.
Pessoalmente, não gostei do barulho ao desacelerar, um estranho “tremor” que vem da regeneração das baterias, nem do fato de que não há freio de estacionamento, então é preciso prestar atenção sempre que você estaciona, pois não pode deixar a moto “ligada”. A coisa mais complicada, no entanto, será a autonomia, que deve sempre ficar em torno de 60 – 70 km, mas também o preço de varejo. A entrada da marca no segmento elétrico com esses modelos é compreensível, mas talvez tivessem sido mais bem-sucedidos se tivessem escolhido uma configuração de scooter… ou não!
Seja qual for o caso, eles são modelos interessantes e bem construídos, mas seu desempenho, alcance e preço significam que ainda estão em um mercado de nicho muito pequeno. De qualquer forma, e como acontece com qualquer veículo elétrico, é uma questão de fazer as contas, descobrir se nosso uso pode atender às necessidades de uma motocicleta que tem suas vantagens, mas também suas limitações.