Após 11 anos com a Honda, Marc Márquez se despediu do fabricante japonês no final de 2023 e, pela primeira vez em sua carreira na MotoGP, está com outro fabricante, e, por enquanto, a competitividade do espanhol é evidente. Em 2025, ele garantiu que quer pilotar uma moto mais atualizada, independentemente da marca – este ano ele está pilotando uma Desmosedici GP23 pela Gresini Racing – mas será que isso realmente é verdade e pode ‘qualquer’ fabricante manter suas esperanças vivas para o ex-campeão mundial, desde que atenda aos seus desejos?
Marc Márquez disse que no próximo ano quer estar em uma moto ‘2025’ e que não importaria qual fabricante, mas vamos considerar alguns cenários.
O que levou à saída de Marc Márquez da Honda foi precisamente a falta de competitividade da RC213V, com o piloto afirmando até que, além de seu estado mental ter piorado pela falta de resultados, ele havia considerado até mesmo colocar um fim em sua carreira.
Quando ele anunciou abruptamente sua saída da Honda, algo que aconteceu de uma maneira muito emocional e intensa, com o #93 dizendo que a equipe japonesa era uma verdadeira família para ele e que mentalmente foi uma decisão muito difícil de tomar, a Gresini Racing jogou com o tempo e, em um golpe de mestre, foi em frente e assinou com o espanhol, com um timing praticamente perfeito, pois a maioria das equipes da MotoGP já havia fechado.
No entanto, com vista à próxima temporada, o desejo é ter uma moto completamente atualizada à sua disposição. Márquez certamente quer permanecer no nível em que está agora ou até mesmo melhorá-lo: ele já conquistou pódios e disputou corridas pela vitória, como aconteceu, por exemplo, no último GP de Le Mans, e isso levanta a questão: uma moto atualizada, tudo bem, mas qualquer moto, realmente? Não parece ser assim, e é fácil entender o porquê…
Vamos imaginar o cenário em que a Honda, que tem dois pilotos garantidos para 2025 – Johann Zarco e Luca Marini, ambos assinados este ano – mas tem duas vagas, decide seguir em frente e contratar Márquez. Ele aceitaria dado o estado competitivo atual da moto? Parece quase impossível ou inimaginável que Márquez aceitasse, pois seria como viajar no tempo e voltar ‘para trás’, porque, olhando para o que vemos no momento, não há sinais claros de um retorno ao topo.
E quanto à Yamaha? Álex Rins e Fabio Quartararo estão seguros, mas há rumores de que o fabricante japonês está tentando garantir a Pramac Racing como uma equipe satélite para 2025. Mas mesmo que isso acontecesse e fossem necessários dois outros pilotos, Márquez aceitaria pilotar uma moto que também não teve um bom desempenho? Parece improvável, embora em termos gerais a Yamaha pareça um pouco mais ‘capaz’ do que a Honda no momento, mas não o suficiente para ‘atrair’ Márquez, pelo menos do ponto de vista competitivo, que é uma prioridade para o piloto.
Deve-se também lembrar que o fabricante japonês terá argumentos para manter os pilotos, como fez com Quartararo, e se esses dependem apenas de razões financeiras é… questionável, já que pilotos desse nível não olham apenas para a parte financeira dos contratos.
A Ducati, por sua vez, parece estar trabalhando para manter a Pramac ao seu lado e está equipando a equipe de Jorge Martín e Franco Morbidelli com motos de fábrica, o que poderia ser a opção mais lógica, ou até mesmo a própria Ducati assinando um contrato com o espanhol, embora, por uma questão de lógica, o que talvez fizesse mais sentido seria tentar o melhor dos dois mundos: ‘garantir’ Martín (que já disse que quer uma equipe de fábrica, independentemente do fabricante) e dar a Márquez a dita moto de fábrica… na Pramac.
O fabricante italiano poderia assim ter Pecco Bagnaia e Martín na equipe de fábrica e Marc Márquez com uma moto de 2025 em um de seus satélites, mas está pronto para perder Enea Bastianini?
E quanto à Aprilia de fábrica, Trackhouse Racing, KTM e GASGAS Tech3? Todas essas são opções viáveis, mas a Aprilia parece estar em melhor posição, pois não tem nenhum piloto sob contrato para 2025, enquanto a KTM tem Pedro Acosta e Brad Binder garantidos e outros dois em limbo, Jack Miller e Augusto Fernández, e certamente não terá problemas financeiros para fornecer a Márquez o que ele deseja, especialmente porque esta é uma relação ‘antiga’ para o fabricante austríaco.
De qualquer forma, é certo que o mercado depende das escolhas da Ducati e a partir daí o resto se desenrolará… Vamos esperar.