Após a apresentação internacional da nova Honda Africa Twin Adventure Sports no Algarve, levamos o famoso modelo japonês para a estrada novamente, mas agora na versão base. E como esta é uma versão muito mais aventureira, que mantém a roda dianteira de 21”, a utilizamos quase exclusivamente fora de estrada, no deserto de Gorafe, no sul da Espanha.
Para 2024, a Honda colocou muito foco na nova versão Adventure Sports da Africa Twin, uma moto que se destaca pela roda dianteira de 19 polegadas, pelo uso de suspensão eletrônica de menor curso e por alguns outros atributos que os fãs de motos trail – mas que fazem a maior parte dos seus quilômetros na estrada – mais apreciam. Mas existem aspectos em comum entre as duas versões, então a marca japonesa organizou uma nova apresentação, desta vez dedicada apenas à moto padrão, que em Portugal estará disponível apenas com configurações de suspensão manual.
IMPROVEMENTS
Já mencionamos que pouco mais da metade das vendas da Africa Twin têm sido da versão Adventure Sports desde 2021. Em todas as versões, mais de 100.000 unidades foram vendidas na Europa desde 2016, com a versão DCT sendo escolhida pela maioria das pessoas, especialmente aqueles que utilizam o modelo mais na estrada. Para este ano, a versão básica também recebeu melhorias no motor de dois cilindros paralelos de 1.084 cc, que continua a entregar os mesmos 102 cv de potência a 7.500 rpm, mas agora com uma melhoria de 7% no torque em baixas rotações, atingindo um máximo de 112 Nm a 5.500 rpm. Em baixas rotações, as melhorias são devidas a novos componentes internos através de um virabrequim redesenhado e bielas, além de pistões diferentes e dutos de admissão de ar de maior diâmetro. A taxa de compressão do motor foi aumentada, o sistema de injeção foi aprimorado e o sistema de escape também é mais leve e eficiente. Quanto à transmissão de dupla embreagem (DCT), ela passou por pequenas melhorias hidráulicas para maior suavidade e controle do acelerador em baixas velocidades. Em termos estéticos, além das decorações diferentes, encontramos uma aerodinâmica distinta e um novo para-brisa, mais alto e largo, que pode ser ajustado em cinco posições. A área do assento é mais estreita e, embora não seja novidade, somos lembrados de que temos à disposição um painel de instrumentos composto por uma tela sensível ao toque TFT colorida de 6,5” com escolha de fundos e conectividade com Apple CarPlay e Android Auto para todas as funções de smartphone. E, claro, existem os modos de condução tradicionais, assim como uma Unidade de Medição Inercial (IMU) de 6 eixos, que monitora a Africa Twin em uma fração de segundo durante a frenagem, curvas e aceleração. No que diz respeito à moto, as rodas de 21 polegadas na frente e 18 polegadas na traseira permanecem, com um design de raios revisado e agora aceitam pneus sem câmara.
BASE COMPROVADA
Nesta versão base da Africa Twin, a altura do assento é de 850/870 mm do chão (existem opções mais baixas e mais altas) e o peso em ordem de marcha (na versão com a transmissão manual tradicional de 6 marchas) é de 231 kg. Em termos de suspensão – uma vez que as unidades eletrônicas são exclusivas da Adventure Sports – na frente encontramos uma suspensão invertida Showa de 45 mm, do tipo cartucho, com 230 mm de curso, enquanto na traseira o monoshock Showa da mesma marca garante 220 mm de curso. Quanto aos pneus, este modelo pode ser equipado como padrão com Bridgestone Battlax Adventurecross Tourer AX41T ou Metzeler Karoo Street, mas Michelin Anakee Wild também são aprovados para quem deseja um uso off-road mais intenso.
POUCO OU NADA A DESTACAR
Durante nossa apresentação, não fizemos uma maratona de quilômetros, foram cerca de 160, embora a maior parte tenha sido off-road. E podemos dizer que as melhorias no motor são perceptíveis – como já havíamos notado na Adventure Sports – com uma resposta mais forte e ágil, especialmente em baixas e médias rotações. A pilotagem é sempre fácil e agradável, como sempre foi com os modelos Africa Twin, e não há muitas melhorias em relação à geração anterior (não menos porque não havia tantas), embora se possa perceber que cada modelo Africa Twin é mais refinado, sempre mais eficiente, mas sem nunca perder o conforto e a facilidade de pilotagem.
Gostamos do fato de que esta Africa Twin é um pouco mais estreita e também gostamos da aerodinâmica aprimorada e das novas configurações do para-brisa, e, em resumo, gostamos praticamente de tudo que esta Africa Twin faz off-road. Pode não ser a moto mais poderosa ou a mais “racing” do segmento, mas pode ser uma das melhores opções para quem quer uma motocicleta para uso diário, alguns passeios de fim de semana e algumas expedições off-road maiores. Gostamos da capacidade de frenagem e da facilidade e sensação da troca de marchas, a suspensão pode suportar bastante pancada e, com exceção do número exagerado de botões nos controles – para realizar tarefas na instrumentação que em outras motos podem ser feitas de forma mais rápida e simples – tudo funciona muito bem nesta Africa Twin.
Também gostamos muito da versão DCT, e uma vez que você se acostuma a usá-la na estrada, você nunca vai querer outra coisa. Na verdade, é quando usamos este sistema de dupla embreagem na cidade ou em longas viagens que percebemos seu valor agregado – para reduzir nossa fadiga – mas em uma condução mais esportiva com as trocas de marcha no volante, também pode ser uma opção. Quanto ao uso off-road, realmente depende do seu gosto, experiência e tipo de percurso. E se a Africa Twin está nos seus planos, não se esqueça de conferir os pacotes de acessórios atraentes, nomeadamente o Urban Pack, Rally Pack, Travel Pack e Adventure Pack.