Em uma mudança sísmica na Liberty Media, o CEO de longa data Greg Maffei deixará o cargo no final de 2024, passando o comando ao lendário fundador da gigante da mídia, John Malone, que atuará como CEO interino. Maffei, que liderou a explosiva expansão da Liberty nos setores de mídia, esportes e entretenimento por quase duas décadas, assumirá um papel de conselheiro sênior a partir de 1º de janeiro de 2025, enquanto a empresa reorganiza seu vasto portfólio.
Simultaneamente, a Liberty Broadband—uma subsidiária da Liberty Media de 2014—anunciou uma fusão histórica com a Charter Communications em uma transação abrangente de ações. Este acordo estratégico solidificará a influência da Liberty Broadband no cenário de comunicações, fortalecendo seu investimento na Charter enquanto marca um novo capítulo para os ativos e a estrutura da Liberty Media.
Desmembramentos Estratégicos e Estrutura Simplificada da Liberty Media
Com a saída de Maffei e o retorno de Malone, a Liberty Media irá simplificar seu portfólio complexo. A empresa irá desmembrar seu Liberty Live Group, uma unidade que inclui cerca de 70 milhões de ações da promotora de shows americana Live Nation Entertainment, criando uma nova entidade pública chamada Liberty Live. A Liberty Live também manterá ativos de bilhetagem e eventos, incluindo a Quint, que a Liberty Media adquiriu no início deste ano, juntamente com outros ativos privados, dinheiro e dívidas.
“A separação do Liberty Live Group em uma entidade pública separada simplificará a estrutura de capital da Liberty Media, reduzirá o desconto em relação ao valor líquido dos ativos de nossas ações da Liberty Live e aumentará a liquidez de negociação em ambas as entidades,” disse Maffei.
Além disso, a Liberty Media consolidará seu foco em seus ativos de esportes motorizados, mantendo a Fórmula Um e o MotoGP sob a entidade principal da Liberty Media, sinalizando um foco renovado em propriedades esportivas de alto risco e alta visibilidade.
A Fusão Revolucionária da Liberty Broadband com a Charter
A Liberty Broadband, avaliada em aproximadamente $14 bilhões, detém uma participação significativa—26% em uma base totalmente diluída—na Charter Communications. A fusão totalmente em ações, prevista para ser concluída em junho de 2027, criará uma potência nas comunicações e na banda larga nos EUA. No entanto, a divisão GCI da Liberty Broadband, um provedor de cabo do Alasca, será desmembrada para os acionistas antes da fusão. Analistas observam que a decisão da Charter de excluir a GCI do acordo foi bem recebida por seus investidores.
“A única verdadeira questão era se a Charter incluiria ou não a GCI”, disse o analista da MoffettNathanson, Craig Moffett, destacando a resposta favorável do mercado à exclusão.
Um Legado de Aquisições Ousadas Sob a Liderança de Maffei
Maffei deixa um legado de aquisições transformadoras. Sob sua orientação, a Liberty Media adquiriu ativos de destaque como DirecTV, SiriusXM, Live Nation Entertainment e a aquisição de $4,4 bilhões da Fórmula Um em 2016. Comentando sobre a reestruturação da Liberty, Maffei observou: “Todas as aquisições da Liberty concluídas durante meu mandato estão agora em estruturas onde os acionistas podem ter uma propriedade mais direta em seu potencial de valorização.”
À medida que Malone, 83, assume as rédeas mais uma vez, ele traz décadas de experiência, conhecido por seu conhecimento intricado de mídia e comunicações, juntamente com sua lendária habilidade em estruturar negócios que criam valor para os acionistas.
As movimentações da Liberty Media este ano marcam um novo capítulo em seu legado, posicionando seus ativos principais para um futuro impulsionado pelo engajamento direto dos acionistas e uma gestão simplificada—um desfecho apropriado para a era transformadora de Maffei.